Contribuições indígenas na COP 25

Com apoio da Embaixada da Noruega, uma parceria entre IEB, Centro de Trabalho Indigenista (CTI) e Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) levou a discussão sobre os direitos dos povos indígenas e a gestão territorial e ambiental de suas terras para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 25), que acontece até 13 de dezembro em Madri, na Espanha.

A presença de lideranças indígenas na COP 25 pretende chamar atenção para a importância dos serviços ambientais que os povos indígenas desempenham em benefício de todo o planeta.

As diferentes culturas indígenas, seus modos de vida e as maneiras como comunidades indígenas estão se organizando para proteger, preservar e recuperar florestas em áreas degradadas contribuem para diminuir as taxas de desmatamento e reduzir a emissão de Gases de Efeito Estufa, causadores do aquecimento global e das mudanças climáticas.

O Brasil possui uma importante política pública construída com ampla participação indígena, que é a Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial em Terras Indígenas (PNGATI). Entretanto, sua implementação foi bastante reduzida pelo governo federal e o futuro da política está ameaçado.

Durante a COP 25, IEB, CTI e APIB, contribuíram para a organização de três eventos com intuito de ampliar a participação dos povos indígenas no enfrentamento das mudanças climáticas:

  • Desafios à implementação dos planos de gestão territorial e ambiental no Brasil (PGTAs), dia 4/12, das 10h30 às 12h.
  • Mulheres indígenas pelo clima: luta e gestão territorial, dia 5/12, das 11h30 às 13h.
  • A situação atual dos Direitos Indígenas no Brasil: um panorama real sobre essa questão e sua
    importância na luta pelo clima em tempos de grave retrocesso de direitos conquistados e de
    esvaziamento de políticas públicas voltadas à proteção e à promoção do desenvolvimento
    desses povos.

Os dois primeiros eventos acontecem no Brazil Climate Action Hub, um espaço aberto, onde acontecem discussões sobre soluções e desafios da ação climática no contexto brasileiro e latino-americano.

O terceiro será na Green Zone, um ambiente de diálogo aberto com espaços dedicados a todos os atores da sociedade civil: patrocinadores, empresas, empreendedores, ONGs, juventude, ciência e academia.

Nosso primeiro evento na COP
A roda de conversa Desafios à implementação dos planos de gestão territorial e ambiental no Brasil (PGTAs), aconteceu na quarta-feira, (4) com a participação das lideranças indígenas Francisco Pyako Ashaninka, Cristiane Pankararu e Josélia Kaingang.

Habitantes dos biomas da Amazônia, Caatinga e Mata Atlântica, as lideranças indígenas falaram sobre a importância das políticas de gestão nos territórios indígenas do Brasil que consideram os saberes tradicionais na construção de uma ocupação sustentável do planeta.

“A PNGATI alargou a mente das pessoas e do Estado para reconhecer que além da Amazônia, existem mais cinco biomas e todos estão conectados”, considerou Cristiane Pankararu.

“O desafio é manter a floresta em pé, mas como manter isso se o planeta não é só nosso?”, perguntou Francisco Pyako. “Ter território é ter possibilidade de vida”, completou Josélia Kaingang.

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