Coapima e Amima realizam assembleia e elegem nova coordenação

Durante quatro dias, de 13 a 16 de março, cerca de 500 representantes de povos indigenas do Maranhão estiveram reunidos na aldeia São José, Terra Indígena Krikati. Nos dois primeiros dias da semana realizaram o 5o encontro da Articulação das Mulheres Indigenas do Maranhão (Amima). Na sequência aconteceu a 6a assembleia da Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indigenas do Maranhão  (Coapima). As duas organizações elegeram suas coordenações para os próximos três anos.

Além dos coordenadores, a Coapima elegeu representantes que atuarão como articuladores de base e nos conselhos consultivo e fiscal. O conselho consultivo será formado por lideranças com reconhecida atuação e experiência no movimento indigena do Maranhão. Essa composição foi detalhada no estatuto da organização, atualizado para o triênio de 2023-2026.

Tanto os cargos de coordenação, como as nomeações para os conselhos e articuladores contemplam os diferentes povos das regiões sul, norte e centro-oeste do estado e respeitam a paridade entre os povos Jê e Tupi.

 

Nos últimos anos a Amima se tornou importante espaço para o avanço nas pautas das mulheres indigenas e para a formação de novas lideranças. 

“Foi uma experiência que praticamente foi uma faculdade para mim. O movimento indígena me ensinou muita coisa, me fortaleceu na minha comunidade, onde eu não tinha voz e hoje tenho”, diz Ruth Canela, membro da coordenação na última gestão da Amima. 

Pela Coapima, os povos indigenas do Maranhão conquistaram espaço para pautar a defesa de direitos territoriais, a gestão ambiental dos territórios, a construção de políticas públicas e as iniciativas contra a violência e preconceito.

A última coordenação, eleita em 2020, enfrentou um cenário adverso aos direitos dos povos indígenas promovido pelo governo Bolsonaro, além da pandemia de Covid 19 que tornou a luta pela vida e pelos territórios um desafio ainda maior. 

“Estou muito feliz que a Coapima cresceu e representa todos os povos do Maranhão”, comenta Arlete Krikati. “A diretoria tem feito seu papel de luta em nome dos povos”, completa. 

Para a próxima gestão foram eleitos Marcilene Guajajara e Maria Helena Gavião, como coordenadora-geral e vice, respectivamente, e Ricardo Canela e Danilo Guajajara serão os novos tesoureiro e secretário.

Nos próximos anos, a Coapima atuará em novo contexto, não apenas em defesa dos direitos, mas para que as demarcações de terras e as políticas públicas avancem para os povos indígenas do Maranhão.