Carta da comunidade Guarani da TI Jaraguá contra a municipalização da saúde indígena

Na tarde do dia 27 de março, um grupo de Guaranis da Terra Indígena do Jaraguá foi à sede da prefeitura da cidade de São Paulo para dialogar com prefeito Bruno Covas a respeito da municipalização da saúde indígena. O grupo pede ampla divulgação da carta elaborada ao prefeito com suas reivindicações para a sociedade civil.

Confira o documento na íntegra.

O documento argumenta que a municipalização fere o atendimento que foi instituído pela Secretaria Especial de Saúde Indígena – SESAI com lideranças indígenas de todo o país e que leva em consideração a cultura, a língua e todas as especifidades dos povos originários.

Os Guarani reivindicam o cumprimento das normativas que determinam a consulta prévia aos povos sobre qualquer ação que impacte o dia a dia das comunidades. A municipalização da saúde é um sério risco à vida das comunidades que terão seu atendimento sucateado e não terão respeitados os costumes e os modos de vida de cada povo, fato esse que já acarretou em mortes que poderiam ser evitadas.

A tentativa de diálogo aconteceu hoje em meio a rumores de que o prefeito receberia duas lideranças para conversar. Porém, isso não aconteceu e os Guaranis decidiram que ocuparias a sede até que Bruno Covas, de fato, os recebesse para dialogar sobre as condições da saúde indígena da comunidade do Jaraguá. A Guarda Civil Metropolitana já está posicionada ao redor do grupo para reprimir qualquer manifestação.

São seis as exigências contra a medida: a) reconhecimento e manifestação pública do prefeito contra a municipalização; b) rediscussão do contrato com a UBS Aldeia Jaraguá; c) contratação de segurança da unidade; d) funcionários indígenas na UBS; e) transferência do contrato da SPDM/PAIS para SPDM – Saúde Indígena; f) recursos para financiamento da Saúde Indígena sejam transferidos do governo Federal, e fiscalização e participação direta da comunidade indígena nos processos decisórios.