Sonia Guajajara e diversos ativistas protestam em Oslo contra o presidente Michel Temer / Foto: Greenpeace

Organizações socioambientalistas fazem protestos sobre a destruição da floresta tropical e dos direitos indígenas durante  visita de Temer à Noruega

Nesta sexta-feira, dia 23 de junho, várias organizações que trabalham em defesa do meio ambiente e dos direitos humanos estiveram presentes em frente a casa da primeira ministra norueguesa, fazendo protestos. O objetivo foi passar um recado bem claro ao presidente Temer, que diz que a direção política que está seguindo é um desastre, não somente para a floresta tropical como também para os povos indígenas do país e para os defensores dos direitos humanos.

Em um comunicado enviado à imprensa antes da reunião, a Rainforest alerta a sociedade para a situação crítica que os povos indígenas e defensores de direitos humanos vivem no Brasil governado por Temer.

Segundo a organização, no Brasil, um defensor do meio ambiente ou dos direitos humanos é assassinado a cada semana.  O desmatamento na Amazônia brasileira aumentou em 29% de 2015 para 2016, e o Congresso brasileiro está prestes a tratar um grande número de propostas que devem enfraquecer a legislação ambiental e reduzir unidades de conservação no país.

“A Noruega tem que exigir que o Brasil cumpra com os seus deveres conforme acordos internacionais e nacionais. Quando a primeira ministra se reunir com o presidente Temer nesta sexta, é necessário que ela alerte, claramente, que a Noruega se verá obrigada a reduzir o seu apoio ao Fundo Amazônia de forma significativa, caso os ataques contra a floresta e seus povos continuem”, disse o Lars Løvold, diretor da Rainforest Foundation Noruega.

Sônia Guajajara, uma das lideranças indígenas mais reconhecidas no Brasil, também esteve presente no protesto nesta sexta-feira, alertou que o presidente representa uma ameaça direta aos povos indígenas no Brasil, e que o desmantelamento da FUNAI, sendo promovido por Temer, pode criar sérias dificuldades para essas populações.

“Temer não cumpre com suas obrigações e não respeita os direitos constitucionais. Os seus ataques aos direitos dos povos indígenas e ao meio ambiente são de uma magnitude nunca antes vista”, disse.

As ONGs organizadoras do protesto pediram às autoridades norueguesas firmeza no diálogo com Temer, e pressão para que ele providencie proteção para os povos indígenas e suas lideranças, assim como o cumprimento das obrigações internacionais para redução do desmatamento e das emissões do Brasil.

Durante a visita de Temer, a primeira-ministra anunciou que cortará 50% do valor que envia anualmente ao Brasil para o Fundo Amazônia. Esta decisão está atrelada ao aumento do desmatamento que aumentou de 6 mil km² em 2015, para 8 mil km² em 2016.

Participaram do protesto as organizações: Rainforest Foundation Noruega, Ajuda da Igreja Norueguesa, Greenpeace, Natureza e Juventude e SAIH.